segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Uma vez escoteiro,sempre escoteiro



De 1990 a 1994, se não me engano,foram os anos que passei sendo escoteira. Não fui daquelas escoteiras que são super desbravadoras, fortes e valentes,mas porque na época, meus pais haviam ouvido falar que era um grupo que cultivava bons valores, a união, o contato com a natureza...
Só sei que ali que passei bons momentos, aprendi a trabalhar em equipe. a cultivar a importância do amor à Deus, a Pátria e ao próximo, lema dos escoteiros. O movimento não tem afiliação religiosa, política, social nem nada; pelo contrário, incentiva o convívio com os outros e a preocupação com o meio em que vivemos.
Hoje um filme me passou pela cabeça, enquanto folheava um livro de memórias do chefe do grupo escoteiro Dom Bosco,o padre Angelo Rudello.
Eu me lembro muito bem desse padre rígido, atlético, conhecedor de plantas, árvores, história, nós e de pêlo no ouvido. Ele ficava indignado quando alguém titubeava em nomear uma árvore ou o hino nacional. Ficava pendurado em barras de metal e vivia fazendo alguma coisa, nunca estava parado. E daquele jeito sério, exigente e ao mesmo tempo carinhoso com todo mundo, que tínhamos um respeito enooorme por ele e confesso, uma pontinha de medo.
Além de chefe de escoteiro, ele era também padre...e a maioria dos jovens ali assistia às missas aos domingos às 8:30 e já ficava na quadra para começar nossas atividades esportivas e lições.
Nunca ganhei insígnias ou condecorações, mas vejo que o que ouvi naquela época e o que aprendi foram valores que carrego até hoje, mesmo sem pensar, como convivência com os outros, partilha, respeito ao próximo,cuidado com a natureza...
Estranho como a gente passa tanto tempo sem pensar em algo que fez parte da nossa vida. Hoje me veio à lembrança os acampamentos, os passeios ciclísticos, caminhadas, festas juninas e meus olhos marejaram quando eu vi as fotos atuais do nosso chefe- aos 86 anos ele está com tubo, cadeiras de rodas, magérrimo e com mal de Alzeimer.

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